quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Sistema Itaparica

O Sistema Itaparica tem a sua origem ligada diretamente a construção da Hidrelétrica Luiz Gonzaga(Barragem de Itaparica), projetada e construída para atender a demanda do consumo de energia elétrica do Nordeste.
Iniciada a sua edificação no final da década de 70, o lago originado, abrangiu 834 km2 atingindo 7 municípios, 4 pernambucanos e 3 baianos, com 3 sedes municipais sendo submersas pelas águas: Petrolândia e Itacuruba em Pernambuco e Rodelas na Bahia.
A população das localidades submersas foram recolocadas para novas cidades construídas e o povo ribeirinho da zona rural foi reassentada em Projetos Agrícolas nos municípios de Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Floresta e Petrolândia em PE, e Curaçá, Abaré, Rodelas e Gloria no estado da Bahia.

Projeto Fulgêncio


               Projeto Fulgêncio é um Perímetro Irrigado criado pela CHESF (Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco), beneficiando os atingidos pela Barragem de Itaparica (Hidrelétrica Luiz Gonzaga), localizada entre os municípios de Glória na Bahia e Jatobá em Pernambuco.
               Em 1988 foram transferidas 1.545 famílias para o Projeto Fulgêncio (ex-Caraíbas), localizado na zona Nordeste do município de Santa Maria da Boa Vista - PE, localizado a 615 km do Recife. O mesmo contava com 2.100 casas construídas em 47 agrovilas.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Quem Foi Fulgencio Manoel da Silva?

Fulgêncio Manoel da Silva


Em agosto de 36, em Floresta, em terras pernambucanas, nascia Fulgêncio Manoel da Silva. Sua vida política não tardou a desabrochar e foi no movimento sindical que Fulgêncio se destacou. De 70 a 88, fez parte da direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Floresta. Em 79, no início da luta pelo reassentamento de Itaparica, participou da articulação de sindicatos regionais para fundar o Polo Sindical. Esteve em vários atos coordenados pelo Polo Sindical dos Trabalhadores do Submédio São Francisco, em defesa dos direitos dos trabalhadores rurais atingidos pela construção da usina de Itaparica. Sua interferência junto à CHESF contribuiu decisivamente para garantir aos atingidos o direito de novas casas em agrovilas, lotes irrigados, área coletiva para agricultura, indenizações, linhas especiais de crédito para os reassentados, assistência técnica e participação direta das comunidades e entidades sindicais nas diferentes fases do processo de relocação. Em 1988, foi escolhido diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria da Boa Vista e também candidato a prefeito da mesma cidade, pelo PT.

Devido ao seu trabalho na região do São Francisco e suas denúncias contra o crime organizado no sertão de Pernambuco, foi indicado para integrar a diretoria do Movimento Nacional de Atingidos por Barragens - MAB, no triênio 90/93. Integrou ainda a diretoria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco. Em 96, foi candidato do PT ao cargo de vice-prefeito de Santa Maria da Boa Vista.

Fulgêncio foi assassinado em 1997. Pertencia então à direção do Polo Sindical, era presidente do PT no município de Santa Maria da Boa Vista, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Norte do Projeto Caraíbas, e membro da Diretoria Executiva do MAB. Por decisão dos companheiros, o Projeto Caraíbas passou a ser chamado Projeto Fulgêncio.

Na sua fecunda carreira política, participou de diversas audiências públicas e de muitas ações em defesa dos direitos dos trabalhadores. Foi também poeta e autor de folhetos de cordel, nos quais criticava os políticos conservadores do Nordeste. Ao defender o direito das populações atingidas pela construção de barragens e hidrelétricas, Fulgêncio antecipou-se ao movimento ambientalista que hoje quer nortear a implantação de grandes obras e o conseqüente deslocamento das populações. Apesar de defender e praticar uma luta não violenta, foi vítima do poder criminoso e da odiosa omissão dos governos.

Em 1995, agradecia a Deus por lhe conceder a vida e pedia forças para lutar destemidamente pelo mundo novo, e por terra, casa e comida para nossa gente. Sua bravura e solidariedade nos animam. Agora, em seu eterno repouso, nas palavras de um companheiro, “ deve estar mais Castro Alves fazendo versos p’ra Cristo ”.

Campanha arrecada recipientes vazios de agrotóxico no Sertão

pic_0057Produtores rurais do Projeto Fulgêncio, em Santa Maria da Boa Vista, Sertão do Estado, têm até a próxima sexta (13) para devolver recipientes vazios de agrotóxicos. A ação faz parte da campanha de recolhimento de embalagens vazias que é desenvolvida através de uma parceria entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba(Codevasf), Associação do Comércio Agropecuário do Vale do São Francisco (Acavasf), Sebrae, Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco, empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural. O calendário de pré-recolhimento está disponibilizado aos produtores através de um calendário afixado no Centro Administrativo do projeto de irrigação.

A campanha tem como principal objetivo sensibilizar produtores rurais sobre a importância de cuidar do meio no qual vivem, através da educação ambiental. “É válido salientar que os agricultores devem sempre adotar medidas de segurança. A utilização do EPI (Equipamento de Proteção Individual) é indispensável durante a aplicação de agrotóxico, fazer a tríplice lavagem no momento em que as embalagens são esvaziadas e a água utilizada na lavagem, aproveitada no pulverizador, além da perfuração nos recipientes”, destaca o responsável pela Unidade de Apoio aos Empreendimentos da Codevasf de Petrolina, Marcelo Mergulhão.

Os produtores rurais participaram de palestras e receberam material educativo com o calendário de recolhimento. No momento da devolução para estabelecimentos comerciais e postos de recebimento, os produtores recebem um comprovante que deverá ser apresentado sempre que solicitado por órgãos de fiscalização.

Para a gerente da Associação do Comércio Agropecuário de Petrolina, Dianara Cavalcante, esse trabalho de conscientização junto aos produtores deve ser desenvolvido através de parcerias entre distribuidores, empresas e fabricantes. “As campanhas educativas e de conscientização do agricultor, a respeito da correta realização da lavagem e devolução das embalagens, é uma responsabilidade tripartite que deve ser exercida pelo poder público, distribuidores e fabricantes de defensivos agrícolas”.

As informações são do JC Online (foto ilustrativa)